sábado, 10 de setembro de 2016

Novidade na Biblioteca: Na lonjura de Timor de José António Cabrita

Timor, a mais distante, a menos conhecida, a mais enfeitiçadora parcela desse canto europeu, cujo alto Império o Sol, logo em nascendo vê primeiro, foi também terra de muitos degredos. E de algumas deportações de pendor acentuadamente político. Anarquistas, deportados políticos, deportados sociais, cadastrados ou vadios, assim denominados, a certo tempo, chegaram a compor a sociedade timorense com um contingente de cerca de meio milhar de homens. Alguns não resistiram às duras condições de vida; outros ali ganharam impulso para outros destinos, havendo um que alcançaria, até, um dos mais altos lugares da administração colonial; outros, ainda, se ficaram pela ilha verde e vermelha de Timor, construindo família e forjando um património matéria e social de grande vulto; e houve quem, vencido o tempo da pena, voltasse às suas origens para continuar a lutar pelos seus ideais. Este escrito, de que se desejou um título – Na lonjura de Timor lha dook rai timor – escrito nas línguas constitucionalmente oficiais em Timor-Leste, dá conta de alguns desses casos de deportação política e a sua edição acontece num momento em que se comemora meio milénio desde que aquelas duas línguas se encontraram, para dar começo a um futuro inevitavelmente comum.

Fonte: contracapa do livro

“Embora o livro tenha um âmbito mais vasto no estudo de uma época em que Timor funcionava como uma grande prisão, para onde eram levados os condenados pelos tribunais do Reino, a verdade é que a presença na lista de condenados de um homem oriundo de Coja, despertou o interesse pela obra e em boa hora foi decidido fazer a sua apresentação em Coja.

A personalidade destacada neste livro, Antero Tavares de Carvalho, é desconhecida na sua terra. Apenas um artigo na Comarca de Arganil dá notícia da sua morte em 1929. O que os presentes na apresentação do livro ficaram a saber é que este desconhecido, após ter sido deportado para Timor pelo crime de anarquismo, serviu o Estado Português em vários locais, Guiné, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, na hierarquia da função pública, chegando a Governador Interino de Angola, para além de outros cargos de grande responsabilidade na Fazenda Nacional. Morreu quando se preparava par vir à Metrópole tomar posse como “inspector superior da Fazenda das colónias.”


 Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

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