quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A vendedora de prosa de Daniel Pennac

Pennac, Daniel - A vendedora de prosa
Lisboa: Terramar, 1999

Benjamim Malaussène trabalha na editora “Éditions du Talion” e está farto de ser o bode expiatório da sua diretora literária tirânica, a Rainha Zabo. Para piorar a situação, a sua irmã Clara vai se casar com Clarence Saint-Hiver, director de uma penitenciária. Farto da pressão apresenta a sua demissão. Não por muito tempo. Zabo, a sua chefe, voltará a contratá-lo fazendo-lhe uma estranha proposta. As vendas do último livro do misterioso autor J. L. B., o autor da casa com maior êxito, cuja real identidade é desconhecida de todos, não estão a ser o que se esperava. O que faz falta é dar lhe um rosto: o rosto de Benjamim Malaussène.

“É imprescindível ler Daniel Pennac, escritor policial, social, humorístico, espirituoso à boa maneira francesa, ultramoderno no conhecimento e na análise que faz do mundo de hoje. Neste romance divertidíssimo e encantador, A Vendedora de Prosa é uma editora onde trabalham eruditos africanos - a rainha Zabo, Loussa de Casamance, senegalês, a secretária Mâcon e a personagem central da história, o investigador de vidas Benjamim Malaussène, centro por sua vez de uma família terna e fabulosa e ligada a vários mundos parisienses

Não inferior a Simenon, Daniel Pennac é também poeta por vezes e poeta do amor, à maneira de Peynet e de Boris Vian; ironista constante, criador de uma prosa fresca, tumultuosa e original

Várias intrigas se cruzam nesta longa narrativa (mais de 300 páginas) de que o juiz Saint Héver é herói e mártir; Julie a mulher amada de Malaussène, e onde surgem ministros, escritores «fabricados», sessões de lançamento de livros, entrevistas, uma sátira engraçadíssima ao mundo da edição, ao fabrico de mitos publicitários

Livro que nos faz rir, que nos encanta pela sensibilidade. Um êxito no género.”

Recensão de Urbano Tavares Rodrigues, 1999

“- Aceito, Majestade.
- Óptimo! Com os seus talentos de actor, o seu sentido da improvisação, as suas qualidades de narrador e o seu amor pelo público, você vai fazer um sucesso e tornar-se uma vedeta.
- Aceito, com várias condições.
- Diga.
- Antes de mais, condições financeiras. Quero 1 por cento sobre cada exemplar vendido, com efeitos retroactivos sobre todos os títulos cuja autoria me for atribuída. Quero 5 por cento dos direitos no estrangeiro e um cheque por cada entrevista: a minha irmã Clara como fotógrafa exclusiva e, evidentemente, o meu salário como trabalhador desta editora.
- No que respeita a números, terá de se entender com o Calignac; não tenho competência nessa matéria.
- Tem competência para dar ordens.
- Mais alguma condição?
- Mais uma. Quero conhecer o verdadeiro J.L.B. não estou disposto a fazer o papel de um tipo sem saber quem ele é.
- Evidentemente. Vai conhecer J.L.B. esta tarde, às quatro e meia em ponto.
- Esta tarde?
- Sim, já marquei o encontro. Conhecendo-o como o conheço, nem sequer me passou pela cabeça que você pudesse recusar.”

Excerto do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

Leia, porque ler é um prazer!

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