segunda-feira, 30 de abril de 2012

Novidade na biblioteca: Dicionário das crises e alternativas"

O “Dicionário das Crises e Alternativas”, elaborado conjuntamente por mais de uma centena de investigadores do CES (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), visa de acordo com Boaventura de Sousa Santos, fundador e dirigente do CES, “contribuir para aumentar a capacidade de controle das cidadãs e dos cidadãos sobre o que lêem, ouvem ou vêem, entendendo o que é dito e o que fica por dizer, abrindo espaço para pensarem outras soluções alternativas para os seus problemas e não para os problemas dos mercados, que parecem ser agora as únicas entidades com direito à estabilidade e à esperança. (Jornal de Letras nº 1084 (18.04.2012)

O “Dicionário das Crises e das Alternativas” foi assim chamado, no plural, porque, nas palavras de Boaventura de Sousa Santos, "não vivemos uma crise mas sim uma pluralidade de crises sobrepostas [...]. Do mesmo modo, o pensamento único que subjaz às políticas de austeridade em curso não se combate com uma alternativa única, mas sim com um pensamento plural..." (Jornal de Letras nº 1084 (18.04.2012)

Leia, porque a "Leitura é exercício da condição de pensar, 
é alimento para a imaginação, é refinamento do espírito.”

Luzia de Maria; "in Leitura & Colheita - Livros, leitura e formação de leitores, Editora Vozes, 2002

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Programa da XIX Feira do Livro de Arganil


2 de Maio de 2012
13h00 – Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

14h00 – Encontro com o escritor Gonçalo Cadilhe
13h30 às 16h30 – Animação de Leitura com as técnicas da Biblioteca Municipal Miguel Torga
18h00 – Abertura Oficial da XIX Feira do Livro de Arganil
- Homenagem ao Dr. João Alves das Neves – Abertura da Exposição
21h30 – Espetáculo pelo Coro Infantil da Associação Filarmónica de Arganil
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

3 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil
10h00 – 16h30 – Animação da Leitura com a Prof.ª Dolores Tavares e Ana Rita Martins
14h30 – Encontro com a escritora Leonor Mexia
15h30 – Encontro com o escritor Jorge Gaspar
21h30 – Espetáculo por “Big Band 2011/12” do Conservatório de Música de Coimbra
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

4 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

10h00 – 16h30 – Animação da leitura com as técnicas da Biblioteca Municipal Miguel Torga
10h30 – Encontro com a escritora Manuela Ribeiro
14h30 – Sessão de histórias com o narrador José Craveiro
21h30 – Noite de Contos com José Craveiro
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

5 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

16h30 – Concerto de Primavera pela Associação Filarmónica Arganilense
21h30 – Concerto de Música Clássica pela Escola de Música “Pauta em Movimento”
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A DGLB e o Dia Mundial do Livro


No Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações 2012, e aproveitando a comemoração do Dia Mundial do Livro, a Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas criou o passatempo “Avô, como era no teu tempo?”, destinado a alunos entre os 9 e os 13 anos, que tem como objectivo estimular o diálogo entre gerações, pretendendo ao mesmo tempo a recolha de memórias dos mais velhos através do olhar dos jovens.

Ainda no âmbito do Dia Mundial do Livro a DGLB propõe às Bibliotecas Municipais um trabalho de identificação de projetos na área do livro e da leitura que se cruzem com a temática do ano em causa: Campanha Envelhecimento Ativo e Diálogo entre Gerações.

Siga os links no nome dos projectos ou aceda ao site: http://www.dglb.pt/ para obter mais informação sobre estas iniciativas.

Dia Mundial do Livro 2012


Dois poemas que homenageiam os livros. Porque hoje é Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.


Os livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais,
tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.

Ofício de Paciência, Eugénio de Andrade



Nas estantes os livros ficam
(até se dispersarem ou desfazerem)
enquanto tudo
passa. O pó acumula-se
e depois de limpo
torna a acumular-se
no cimo das lombadas.
Quando a cidade está suja
(obras, carros, poeiras)
o pó é mais negro e por vezes
espesso. Os livros ficam,
valem mais que tudo,
mas apesar do amor
(amor das coisas mudas
que sussurram)
e do cuidado doméstico
fica sempre, em baixo,
do lado oposto à lombada,
uma pequena marca negra
do pó nas páginas.
A marca faz parte dos livros.
Estão marcados. Nós também.

Duplo Império, Pedro Mexia

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 2012

Mensagem para o dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor - 2012

A nossa relação com o livro determina em grande parte a nossa relação com a cultura. A 23 de Abril, por ocasião do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a UNESCO pede a todos a mobilização em torno do livro e o apoio àqueles que vivem dos livros e os fazem viver.

Do Codex ao rolo de papiro, dos manuscritos aos impressos e tablets digitais, o livro mudou centenas de vezes de aparência ao longo dos séculos. Mas qualquer que seja o seu formato, os livros incorporam ideias e valores que homens e mulheres consideram dignos de serem transmitidos. Eles são ferramentas valiosas para a partilha de conhecimentos, compreensão mútua e de abertura aos outros e ao mundo.

A UNESCO pretende dar a cada pessoa os meios para aceder a este tremendo potencial. Este esforço começa na escola, por uma luta resoluta contra o analfabetismo e a iliteracia em crianças e adultos e continua no reforço das políticas culturais. Sem educação de qualidade, as páginas dos livros são silenciosas. Os Livros raramente trabalham sozinhos: eles levam-nos a ler outros livros, que revelam outros tesouros.

Sem acesso equitativo aos conteúdos e recursos de bibliotecas físicas ou virtuais, o poder dos livros mingua e a sua diversidade diminui. A cadeia do livro baseia-se em frágeis equilíbrios e exige uma vigilância activa e instrumentos para apoiá-la. A implementação das Convenções da UNESCO, como a Convenção sobre a Protecção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais é um exemplo. A Protecção dos direitos de autor é um princípio fundamental desta acção e uma bússola na paisagem cultural em constante mutação.

Em 2012, o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor tem como temática a tradução. Comemora-se este ano o 80 º aniversário do Index Translationum, a bibliografia mundial de traduções, gerida pela UNESCO. Este instrumento único é uma ferramenta formidável para a divulgação e monitorização de fluxos culturais globais. Confrontados com números crescentes de publicações, os Estados-Membros devem unir esforços para construir um instrumento mais abrangente, eficiente e aberto. A tradução é o primeiro passo para a aproximação dos povos, e é também uma experiência de descentralização, proporcionando o ensino da diversidade e o diálogo. A tradução é um dos princípios condutores da nossa diversidade criativa, que enriquece cada idioma através do contacto com todas as outras.

O nosso mundo precisa de entender a diversidade de culturas e desenvolver competências interculturais muito mais fortes nas mentes de todos nós. Precisamos dessas habilidades, a fim de viver em sociedades heterogéneas e de abordar os desafios comuns em conjunto.

A 23 de Abril, a UNESCO lança as comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor no Yerevan, na Arménia, Capital Mundial do Livro para 2012. Neste dia apelo a todos os parceiros da UNESCO, em universidades, departamentos e Escolas Associadas a lembrar que os livros são uma força e uma oportunidade para ser colocada nas mãos de todos nós.

Irina Bokova, Directora Geral da Unesco
(tradução livre da Biblioteca Municipal de Arganil)

terça-feira, 17 de abril de 2012

XIX Feira do Livro de Arganil

Vai decorrer de 2 a 5 de maio, no Parque Verde Urbano do Sub-Paço, a XIX Feira do Livro de Arganil.
Com a presença de vários livreiros e um programa ambicioso, reunindo vários escritores e muita música, a Feira do Livro 2012 certamente constituirá um êxito.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Para reflectir: televisão versus livros

imagem retirada de: ebookfriendly.com

"Quando leio, sou eu que mando na história; quando vejo televisão, é a televisão que manda em mim"

José Fanha

“O consumo contínuo da imagem visual e auditiva produz um bombardeamento informativo nos receptores, especialmente se são crianças, que dificulta a capacidade de reflexão, de raciocínio contínuo, produzindo um tipo de conexões e uns vínculos de dependência entre a realidade que percebe sensorialmente e a dificuldade de selecção.”

Mercedes Gómes del Manzano in A criança e a leitura

“Posso atrever-me a dizer que ler é melhor que ver televisão? Claro que sim, ler é melhor. Porque ler é uma actividade criativa e assistir a programas televisivos nem sempre o é. Durante o breve tempo, a hora e meia que dura um filme, e se o filme for bom, ver televisão pode ser um exercício criativo. Mas aquele que vê televisão durante horas a fio, acaba por se converter num receptor passivo de informações que nem sequer se processam, daí a estranha sensação de vazio que experimenta quando está longo tempo preso ao ecrã. (…) O maior problema da televisão, que acaba por nos mostrar tudo, é talvez o facto de não deixar lugar à imaginação, à criatividade pessoal. Dá-nos as palavras, os cenários, os rostos e as acções.”

William Ospina in a Cidade dos Livros
fonte:
http://bibliotecaesaf.blogspot.pt/2007/10/livros-versus-televiso.html,
acedido em 10.04.2012

"A comunicação de massas (televisão, rádio, cinema) nos torna iguais, nos uniformiza, e assim nos encontramos rindo das mesmas piadas e afinal pensando da mesma maneira. A leitura, pelo contrário, nos liberta e possibilita a meditação daquilo que vamos lendo."

Juna Perucho in Leitura: liberdade e diferença
Fonte:
http://www.univforum.org/pdf/Perucho_Lectura_1005_POR.pdf,
acedido em 10.04.2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Novidade na biblioteca: o violoncelista espanhol

O violoncelista espanhol de Andromeda Romano-Lax

Porto: Civilização, 2008

No início do século XX. numa poeirenta aldeia catalã. Feliu Delargo recebe um arco de violoncelo. iniciando a improvável carreira de músico. A Barcelona anarquista e a corte da monarquia em Madrid dão-lhe as primeiras verdadeiras lições sobre criatividade. princípios e paixão - e as suas consequências. A amizade com Justo Al-Cerraz. um pianista prodígio. é uma lição turbulenta para ambos. Juntos criam músicas maravilhosas e discutem sobre tudo o resto: o amor. a política. o objectivo da arte. Quando as tensões que impelem um mundo em guerra para a catástrofe trazem para as suas vidas Aviva. um violinista italiano com um passado atormentado. Feliu e Justo embarcam na sua última e mais perigosa colaboração.

Fonte: contracapa do livro

Excerto:

“Se o concerto tivesse acabado aí, teria ficado para sempre na minha memória. Mas algo mais espantoso aconteceu quando o violinista e o violoncelista se juntaram ao pianista. Olhei primeiro para o violino porque me era familiar; sabia que aprenderia alguma coisa por olhar, e tinha esperanças de ver o violinista El Nene envergonhar o meu próprio professor. O violoncelo, tocado por um homem chamado Emil Duarte, não me interessava porque não parecia mais do que um violino de dimensão exagerada. Mas então Duarte empurrou o seu arco contra as cordas do instrumento maior, e a minha cara virou-se para seguir o som. Estava agradecido pelo facto de El Nene ter tocado primeiro a solo, porque, depois de o violoncelo ter começado, nunca mais olhei para o violino ou para o piano.”

terça-feira, 3 de abril de 2012

Novidade na biblioteca: a verdade de Edward Docx

A verdade de Edward Docx
Porto: Civilização, 2008


O filho e a filha de Masha Glover vivem vidas infrutíferas e pouco satisfatórias em Londres e Nova Iorque; Nicholas, o perverso e sexualmente voraz pai de ambos, afunda-se na arte e na decadência em Paris.

Sozinha na sua Sampetersburgo natal, Masha chama urgentemente os gémeos, mas estes chegam tarde de mais para a ver.

No entanto, a morte da mãe marca o início da história deles: uma história de segredos, de estranhos e que narra de forma totalmente diferente tudo aquilo que pensavam conhecer.

Fonte: contracapa do livro

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Livro do mês: Como um romance de Daniel Pennac

Como um romance/ Daniel Pennac
Porto: Asa, 1998

É sobejamente conhecida a preocupação de pais e professores pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio pleno de humor, que se lê Como um Romance, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes no processo educativo e formativos, sempre cheio de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias.

Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.

A profunda originalidade de Como um romance está na forma ao mesmo tempo muito divertida e muito séria com que o autor aborda a questão central de que dependem tanto o destino do livro como o destino da cultura e da educação.

Fonte: badana do livro
Excerto:

“O miúdo está de acordo com Flaubert; ele, os colegas, estão todos de acordo: «O Flaubert tinha razão!» Trinta e cinco trabalhos unânimes: é preciso ler, é preciso ler para viver; aliás, a absoluta necessidade de ler é o que nos distingue do animal, do bárbaro, do ignorante, do sectário histérico, do ditador triunfante, do materialista bulímico. É preciso ler! É preciso ler!
- Para aprendermos.
- Para termos sucesso nos estudos.
- Para estarmos informados.
- Para sabermos de onde vimos.
- Para sabermos quem somos.
- Para conhecermos melhor os outros.
- Para sabermos para onde vamos.
- Para conservarmos a memória do passado.
- Para esclarecermos o nosso presente.
- Para aproveitarmos experiências anteriores
- Para não repetirmos os erros dos nossos antepassados.
- Para ganharmos tempo.
- Para nos evadirmos.
- Para darmos um sentido à vida.
- Para compreendermos os fundamentos da nossa civilização.
- Para mantermos viva a nossa curiosidade.
- Para nos distrairmos.
- Para estarmos informados.
- Para nos cultivarmos.
- Para comunicar.
- Para exercermos o nosso espírito crítico.”

Nota biográfica:

Daniel Pennac nasceu em Casablanca, em 1944, e é hoje considerado um dos mais importantes e populares autores da literatura francesa.
Os seus romances sobre a família Malaussène (Au Bonheur des Ogres, La Fée Carabine, La Petite Marchande de Prose, Monsieur Malaussène e Aux Fruits de la Passion) granjearam-lhe um enorme sucesso internacional, que conheceu também com Como Um Romance, um ensaio sobre a leitura que se transformou num livro de culto.
Mágoas da Escola obteve o Prémio Renaudot em 2007, depois de ter estado mais de 50 semanas nos tops de vendas franceses.
Em 2008, Daniel Pennac obteve, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Metropolis Bleu.

Fonte: www.wook.pt