terça-feira, 4 de maio de 2010

Livro do mês: Prazer, rotas e vidas

SILVA, Otilina - Prazer, rotas e vidas. Lisboa : Colibri, 2010. 285, [3] p. ISBN 978-972-772-966-1

Em 2007, a bordo do navio de cruzeiros “Splendour of the Seas”, numa viagem de Portugal ao Brasil, cinco mulheres a viajarem sozinhas partilham diariamente refeições, reflexões e ideias. Apesar das idades, vivências e profissões diferenciadas, acabam por se tornar amigas no convívio diário. Nas horas de lazer que a viagem proporciona, abordam os mais diversos temas, desde o sagrado ao profano; falam das suas experiências de vida, da droga, do prazer, da educação, da família, das suas emoções e saberes. Algumas destas amigas reencontraram-se em 2009 no Transiberiano. Na descoberta de culturas e lugares, partilham novos conhecimentos e amizades e alargam horizontes.

“Êxitos e fracassos são a medida da nossa capacidade de querer ser feliz, de amar e transcender-se no sentido do mais e do melhor.
Este livro, o 11º da autoria de Otilina Silva, agora editado pela Colibri, é um desafio à aventura da conquista do prazer, é um hino à amizade e à força que nos impele a construi-la sob pena de chegarmos ao fim da jornada sem termos existido, sido úteis ou ter deixado algum rasto.”

Maria Susana Mexia, autora da apresentação crítica do livro
Fonte:
http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1301

Excerto:

“Há pessoas para quem guardar a sua intimidade se transforma num fardo. Elas necessitam transmitir aos outros o que sentem, o que fazem, como vivem. Outras, porém, fazem exactamente o contrário, guardam tudo no seu íntimo. Armazenam os bons e os maus momentos e fazem dos pequenos problemas autênticos dramas de tortura constante.
Repare, nós éramos, até há bem pouco tempo, completamente desconhecidas mas resolvemos desnudar as nossas vidas e a nossa intimidade, embora saibamos que guardar um segredo é assumir um compromisso. O silêncio que nos é pedido implica a intimidade de outra pessoa e, se acaso o revelamos, está implícita uma traição. Quando alguém nos rouba algo, há sempre uma hipótese, mesmo remota, de que o que perdemos nos venha a ser restituído, mas um segredo que deixa de o ser, não tem volta. A hipótese de devolução é completamente impossível. A partilha de um segredo implica cumplicidade, é uma partilha que poderá não durar sempre.”

A autora:

Otilina Silva nasceu em 1933 no concelho de Ansião. Viveu em S. Tomé durante cerca de 25 anos e regressou a Portugal, em 1975, após a independência do arquipélago.
Em 1979 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, licenciando-se em Filosofia.
Colabora no jornal “Alvaiazerense” e nos cadernos culturais de “Telheiras”. Publicou o seu primeiro romance, “Ser feliz ao entardecer” em 1993.

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